Não faço o que quero
Se eu olho pra mim
Então me desespero
Não sei aonde ir
Peço, então me despeço
Do eu. Do meu eu que eu não quero
Pedindo, prossigo
E vou me despedindo
Pedindo a Tua vida em mim
Não desisto
De, enfim, desistir
Do eu. Do meu eu que eu não quero
Por onde, fazer
Do mérito eu falo
Não vou merecer
Mas, querendo, resvalo
E prossigo a deixar-me aos caprichos
Do eu. Do meu eu que eu não quero
Complico e me enfado
A mim mesmo, com o fardo
Que o Mestre não quer que eu carregue
Tarefas, horários. E segue-se o ócio
Do tolo que tenta ser forte
Do eu. Do meu eu que eu não quero
Se eu puder, tão somente, parar
Se eu puder, de Ti, Mestre, lembrar
Mergulhar neste amor, sem tentar merecer
Teu favor, Teu olhar de prazer
Que invade o profundo
Do eu. Do meu eu que Tu queres