Tem muita terra neste sal

sábado, 28 de maio de 2011

É tão fácil falar da bíblia
e até mesmo de teologia
mas será que do meu interior está fluindo um rio de águas vivas?

Será que minha satisfação está plenamente em Deus ou permaneço seduzido pelo mundo? (1Jo 2.15)
Será que estou irado contra minha carnalidade ou já me acostumei com ela? (Rm cap.6)
Será que estou chorando pelas almas enganadas ou estou sorrindo porque o mundo me aceita como um cristão "descolado" e liberal? (2Tm 3.12; 1Jo 2.6)


Jesus morreu para que houvesse livre acesso à presença de Deus, mas não estamos dando importância a isso. Pelo contrário: a gente prefere confiar num estilo de vida religioso. A gente prefere confiar na visão ridícula que a gente tem da graça de Deus.
Ficamos satisfeitos com pouca coisa: só de falar sobre Deus e sobre a bíblia, sentimos como se estivéssemos super espirituais. Ao percebermos nossa insignificância, ficamos conformados com ela e desistimos de mudar. Ao termos sucesso no ministério ficamos convencidos de que nossa necessidade de graça e misericórdia diminuiu. Ao "entendermos" a liberdade cristã, ficamos felizes porque estamos liberados para fazer "o que quisermos", porém nos esquecemos que a liberdade é limitada pelo amor (e principalmente esquecemos de amar a [verdadeira] igreja enquanto estamos ocupados sendo "livres").

Só aqueles que reconhecem a própria depravação valorizam, de fato, o amor e a misericórdia de Deus.

É importante ter certeza de que existe esperança. Ela nos foi dada por Cristo, ao conquistar a salvação por nós. Essa esperança está confirmada pelo testemunho dos pais da igreja e dos mártires. Essa esperança nos leva a viver com a mente e o coração voltados a propósitos eternos. Estamos neste mundo apenas de passagem.

A gente não foi salvo por Jesus para viver num mundo cor de rosa. A gente não foi salvo para ficar contente com tão pouco.
A gente foi salvo para batalhar contra as trevas. A gente foi salvo para viver em crescente arrependimento (mudança da mente), como prova de nossa dependência de Deus. A gente foi salvo para odiar o pecado. A gente foi salvo para conhecer a Deus, e prosseguir em conhecê-Lo.

Sal da Terra e luz do mundo? Não perca o sabor. O sabor é Cristo!

só com Deus a gente sente

quinta-feira, 26 de maio de 2011

no começo, embaraçoso
sentimento diferente
parecia só um esboço
mas o Amor se fez presente

tentativas temperadas
com um toque de incerteza
sei que não foram frustradas
pois sentei com o Pai à mesa

e o que antes manifesto
como um mero desejo
se transforma no protesto
de uma alma em desespero

humilhado por mim mesmo
rebelado contra o mundo
pois na cruz foi pago o preço
do perdão a um vagabundo

os meus gritos por socorro
entristecem o Criador
que é misericordioso
e conhece a minha dor

paz que nunca senti antes
permeando a minha alma
falo com Ele e, de repente, tudo se acalma

Insatisfeitos com a depravação do eu

A insatisfação é uma benção. Olhar para as deformidades do nosso caráter, com indizível desejo de arrancá-las, é algo muito bom. (A maioria das pessoas anda por aí se gabando de sua impiedade e malícia.) Se temos tal posição frente ao pecado, já devemos ser gratos a Deus. É Ele quem produz essa convicção em nós através de Seu Espírito Santo, como profetizou Jesus (Jo 16:8).


O próximo passo é buscar sempre mais conhecimento de Deus já que, sem Ele, nada podemos fazer (Jo 15:5). Nossa fé vem dEle, nosso arrependimento vem dEle, nosso quebrantamento vem dEle, e não poderia ser diferente em nosso amadurecimento e crescimento espiritual (que já envolve tudo isso).


Se estamos insatisfeitos com nossas convicções egoístas, com nossa intolerância legalista, ou qualquer outra imperfeição, a reação mais sensata a isso é reconhecer que somos seres caídos que necessitam de uma obra contínua e crescente da parte de Deus em nós (2Co 3:18). Quando reconhecemos isso, o resultado natural é abrir mão de nossa forma de ver o mundo, para aprender a olhar para tudo como Deus olha. Precisamos fazer tudo pela fé, na certeza de que as verdades reveladas no Evangelho são infinitamente mais sensatas do que nossos recortes da realidade, rasurados por nossa depravação.

quem é rebelde

no caos do ter
doar é ser rebelde
nessa louca busca por prazer
ser careta é ser rebelde

não brigar é ser rebelde
onde o mal, se paga com mal
na sede pelas posses, náusea moral
ser rebelde é se alegrar com o trivial

dar a outra face é ser rebelde
utopia entre os filhos da religião
quem se apressa corre em vão
mesa farta, mas a alma não quer pão

é rebelde sem saber, espírito sedento
olha só para o que se pode ver
faz por fazer, ilusão de quem pensa escolher

nesta geração que dança
se humilhar é ser rebelde
há quem vê tanta ferida
e dá as coisas, vira
se converte ao egoísmo dos sorrisos

ser rebelde, neste dia
é chorar frente ao engano
é pedir misericórdia pra si mesmo
e agradecer pela vida de quem julgo estar errado
tão errado quanto eu.

Prostitutas amadas

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Verso do dia - Jeremias 3:1

Eles dizem: Se um homem despedir sua mulher, e ela o deixar, e se ajuntar a outro homem, porventura tornará ele outra vez para ela? Não se poluirá de todo aquela terra? Ora, tu te prostituíste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para mim, diz o SENHOR.
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Existe um problema que nos impede de nos vermos neste versículo. Estamos tão cheios de justiça própria e auto piedade que temos nos julgado dignos de muita coisa. Poucos lembram do quanto já fugiram de Deus, do quanto já desonraram a Deus, e mesmo assim o Pai os amou e cuidou deles. Temos apenas lembrado daquilo que chamamos de vida de sacrifício; daquela religiosidade mediocre que aprendemos com a tradição que nos foi passada. O pior é que nos lembramos de coisas assim com certo orgulho, como se fossemos heróis ou como se Deus nos devesse algo.

Mas o versículo é a pura graça de Deus. Ele fala a respeito de mim e de ti. Somos inimigos de Deus por natureza. Criamos nossos próprios deuses, buscamos nossos próprios meios de satisfação e solução de problemas, desonrando a Deus em tudo isso. E quando nos vemos debaixo de certo estilo de vida piedoso, um ar triunfalista se apossa de nós, e queremos ver "o sobrenatural de Deus acontecer".

Acreditamos no amor de Deus, mas queremos que este amor se molde às nossas necessidades carnais.

Jesus disse que é o caminho, a verdade e a vida. Ele é tudo para nós. Ele é a imagem do Deus invisível. Se Jesus não é suficiente para nós, e estamos esperando por um bom ministério, ou pela chance de expulsar um demônio, ou pela tal prosperidade -- seja material ou não -- isso só pode significar que ainda não nascemos de novo e que não estamos dando valor a esta Graça infalível que nos reconcilia com o Deus vivo, Criador de tudo e todos, que age segundo o conselho de sua própria vontade.

Ainda que Deus aja de acordo com sua própria vontade, Ele manifesta o amor dEle por nós. Você se acha digno? Se você fosse Deus, você faria o mesmo? Na vida que você leva hoje, você se casaria com uma prostituta? Você, garota, se entregaria de corpo e alma a um rapaz que só te magoa e nunca te dá satisfação?

De acordo com a lei humana, é óbvio que uma prostituta não deva ser tomada como esposa. É o tipo de pessoa que nem sequer demonstra desejo de ter amor de verdade, segundo o senso comum.

É o que a nossa lei prega, mas não é assim que Deus age. Ele nos resgata da lama, Ele nos dá uma visão que jamais tivemos antes. Aquilo que antes era lindo, se torna horrível. E o que nós odiávamos, passamos a amar. Depois trocamos tudo de novo.

Com essa atitude estamos dizendo: você me tirou daquela vida Deus, mas eu continuei com os mesmos desejos, e você não pôde me suprir. Você até me ensinou a desejar as coisas que Você deseja, e foi legal no começo; mas não dá mais. Já não basta Você ter me tirado do meu mundo, agora Você quer que eu me alegre no Seu? É pedir demais. Estou indo embora!!

O versículo fala por si só, para concluir:
Ora, tu te prostituíste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para mim, diz o SENHOR.

Teu falar demonstra o teu sentir

Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.

Mateus 12:34
 

 
Aquilo que temos dito, revela nosso estado de espírito
más conversações podem ser tidas como um aviso
não confie no que diz teu coração
renegue os pensamentos vãos
se achegue ao trono de Graça do Pai
Ele mostra o caminho
Ele é nossa paz
 


Deus não pode nos ensinar a falar o que convém segundo a visão dEle, enquanto não abrirmos mão da nossa própria visão.
 
 

O vídeo a seguir fala de algo parecido (mesmo tema, abordado de forma diferente):



pazz!!

Não espere o momento propício - adore enquanto estiver respirando.

domingo, 15 de maio de 2011

Estava passando um filme que me chamou a atenção. Quando veio o intervalo comercial, pensei que a coisa certa a fazer seria desligar a TV e ir pro quarto, para buscar a Deus.
Tudo me pareceu um fardo bem pesado. Eu me senti incapaz, impotente. Eu sabia que faria diferença a atitude de desligar a TV, mas a ideia de ficar assistindo ao filme me parecia confortável e livre de pecaminosidade.

Quando me perguntei o porque do meu impasse, percebi que minha vontade era simples: estar perto de Deus, adorá-Lo, me aproximar dEle. Foi então que me lembrei que poderia fazer isso ali mesmo, em frente à TV. Ao pensar nisso, abri minha mente à beleza de Deus e me senti numa situação muito simples de se resolver. O filme perdeu o brilho na mesma hora e, em questão de segundos, desliguei a TV com total desprendimento, já com a mente vontada para Deus, cheio de gratidão.

Não quero levar ninguém a pensar numa fórmula para buscar a Deus, ou honrá-Lo. A questão é exatamente o inverso: você não precisa estar no silêncio do seu quarto ou no calor de um culto para ter comunhão com Deus. A comunhão com Ele começa AQUI e AGORA, porque Ele oferece o Seu próprio Espírito Santo pra habitar EM você, e não ao seu redor - muito menos em algum lugar específico.

O problema é que nos cobramos demais, e criamos várias expectativas só de nos imaginarmos num momento a sós com Deus. Tudo parece um dever, como se o agir de Deus estivesse condicionado ao nosso desempenho na vida espiritual.

O que muda nossa atitude e nos aproxima naturalmente do Pai, é vislumbrar o privilégio de desfrutar do Seu perdão, do Seu amor, e Sua presença. Devemos nos ver livres das motivações secundárias que nos levam a pensar: "se eu buscar a Deus de tal forma, obterei tal coisa". Devemos buscar a Deus apenas por quem Ele é, independente do que Ele possa fazer.

É como nas vezes em que encontramos nosso melhor amigo num dia chuvoso e sem nada para fazer: aproveitamos a simples companhia um do outro, e tudo se torna mais interessante. Se reagimos assim entre nós, que somos pobres mortais, quanto mais felizes seremos em estarmos satisfeitos unicamente com o amor e a graça de Deus.