Conversa inconveniente com Deus

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013




        Começo a orar e percebo que não estou sendo sincero. Eu discordo do que acabei de Te dizer, mas o disse porque era a "coisa certa" a fazer. Esta é a habilidade humana e depravada de interpretar um papel. Por entender o que é conveniente (mesmo que não seja a verdade), assumimos aquela identidade falsa. Em outras palavras, hipocrisia. Hipocrisia que nasce em nosso desejo de ser aceito. Nosso desejo de "passar na prova".
        Porém não é assim que eu quero me apresentar a Ti, Deus. O Senhor conhece tudo o que sou. Quando falo contigo, não devo tentar ser conveniente ou simplesmente dizer a "coisa certa" para Te impressionar.
      Que tolice a minha, Pai. Perdoa minha hipocrisia e desfaz minhas defesas. Quando eu orar, não quero falar coisas com as quais não concordo. Por mais que eu devesse, talvez, concordar para ser aceito ou "passar na prova". O Senhor está interessado num coração quebrantado e sincero. Quando eu orar, então, que eu derrame o meu coração diante do Senhor, me rasgando em sinceridade com a pobreza de espírito que me leva a reconhecer que o Senhor está certo sempre, e eu estou quase sempre errado.
         Se eu interpretar um papel, teremos um diálogo civilizado demais para gerar qualquer mudança. Será muito polido e diplomático, a ponto de impedir a transformação do meu ser. Não é o que eu quero.
         Rasgar meu coração, ser sincero e inconveniente ao encarar meu próprio eu a luz de Tua glória, com certeza não é uma atitude ponderada, e nem um pouco tranquila como a atitude de uma conversa civilizada. A luta de alguém que se rasga diante de Ti não é algo bonito de se ver. As verdades ditas em orações verdadeiras são verdades capazes de escandalizar toda uma congregação de crentes piedosos. Mas o resultado, tenho certeza, é glorioso. O resultado é a humilhação do nosso eu e o aperfeiçoamento da imagem do próprio Jesus em nós.
        Só seremos aperfeiçoados em Jesus a medida que anulamos nosso eu. E é por isso, Pai, que meu desejo é fazer orações sinceras diante do Senhor. Por mais que a exposição e oferta do meu coração diante do Senhor seja uma experiência dolorosa e, de certo modo, feia, essa exposição é o caminho que trás ao meu ser o prazer e a beleza de viver em união e intimidade contigo, meu Deus. Por favor, me ajude.

5 comentários:

Anônimo disse...

Amem!! "Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás." Salmos 51:17

Fica com Deus!
Jaque.

Medicina Veterinária disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Susana Marchetti disse...

nossa, demais... Deus demonstra uma notável preferência por pessoas "autênticas" em vez de pessoas "boas"... Temos a tendência humana de acharmos que temos que fazer algo para impressionar a Deus, para sermos aceitos... Isso até mesmo em nossas orações... Mas a verdade é que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar mais, não há nada que possamos fazer para Deus nos amar menos... essa é a verdade da Graça... o que o Senhor quer é um coração que isso reconhece, um coração que se quebranta em Sua presença reconhecendo a própria fragilidade... a própria indignidade... só assim podemos ser transformados...
Glória a Deus pela sua vida!
Susana

Cesar disse...

Muito bem lembrado, este versículo, Jaque!
Obrigado pelo comentário!

Cesar disse...

Su, é verdade, né?

Algo que parece simples (e na verdade é simples mesmo), mas na prática é bem diferente. Reconhecemos de forma tão banal que somos pecadores, mas nossas atitudes mostram o quanto nós queremos esconder nossas manchas diante de Deus e dos homens.

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