Alegria, Prazer e a Lei de Deus (Parte II)

quarta-feira, 23 de abril de 2014


Na passagem de Ne 12:44-47, o povo está cumprindo a Lei. O final do versículo 47 nos mostra a motivação do coração do povo: “pois Judá estava alegre”. Nos dias de Esdras e Neemias, quando o povo reconstruiu os muros da cidade santa, havia alegria. Quando o povo reconstruiu o templo que glorificava o nome de Deus, havia alegria. Quando o povo reestabeleceu a ordem e a decência, não só no culto a Deus, como também em todas as rotinas e em toda a cultura deles, havia alegria. O povo se alegrou com as bênçãos de Deus que, em meio às dificuldades, reergueram a identidade deste povo. A identidade do povo estava diretamente ligada à glória de Deus. O povo entendeu isso. O povo se alegrou por glorificar a Deus.
O povo também entendeu algo a mais nestes dias: eles entenderam o propósito da Lei perfeita de Deus. Ao se alegrar com a glória de Deus, o povo participou do próprio coração do Senhor. O coração de Deus se alegra em abençoar, em dar provisão, em cuidar do outro. A Lei vem do coração de Deus, portanto a Lei também tem essas características. Jesus disse que toda a Lei se resume no amor. Amor a Deus e amor ao próximo. Foi exatamente o que o povo de Deus entendeu ao entregar os dízimos, as ofertas e as primícias para o sustento e para a honra de todos aqueles que viviam vidas de serviço diante de Deus e dos homens.
O povo estava alegre, e isso os levou a cumprir a Lei. Nesta passagem, como em tantas outras da Bíblia, vemos o prazer e a Lei de mãos dadas (cf. Sl 119). Que vergonha para nós, evangélicos! Que vergonha para nós, que entregamos uma parte do nosso salário para uma instituição por termos medo de Deus. Cumprimos a Lei por medo enquanto pessoas que sequer conheciam o evangelho pleno e gracioso de Jesus cumpriram a Lei por pura e simples alegria. Devemos nos arrepender deste terrível pecado!
Que vergonha para nós, evangélicos, que damos dinheiro pensando no dinheiro que “voltará em dobro” para nós. Não damos pela alegria de dar. Ter a chance de ser um abençoador não é motivação suficiente para os corações carnais da maioria dos evangélicos do Brasil. É por isso que os líderes, igualmente carnais, acabam incutindo medo nos fiéis. O sincretismo religioso impera nos cultos evangélicos enquanto os fiéis ouvem ensinos aprisionadores sobre como os poderes das trevas terão poder sobre a vida dos supostos discípulos de Jesus, caso estes supostos discípulos estejam “fora da visão”.

Eu tenho um recado a estes enganadores que minimizam o poder da obra de Cristo com suas leis humanas de medo e barganha: se a tal “visão” é dar com vistas ao receber, se a tal “visão” é dar para ser “abençoado”, se a tal “visão” é tentar comprar a Deus com os trapos fétidos e apodrecidos da justiça própria das obras humanas, eu terei orgulho de estar “fora da visão”. Estarei fora de qualquer visão que não me inspire a amar de forma altruísta e a me alegrar diante da glória de Deus.
Eu não tenho a resposta perfeita. Eu não sou melhor do que ninguém. Mas eu prefiro aprender a seguir a Lei perfeita de Deus com alegria, gratidão e amor em meu coração carente de Sua Graça. Eu prefiro aprender a abençoar porque já sou abençoado. Eu prefiro aprender com Jesus, que me ama sem se preocupar com meu retorno a este amor. Eu prefiro aprender com o Deus que se entrega totalmente por mim, sem esperar nada em troca.
Deus dá, abençoa, supre e Se entrega simplesmente porque Seu prazer e Sua alegria estão nestas coisas. Ele nos chama para termos a mesma motivação. O mundo e a religião morta dão para poder receber; Jesus e seus discípulos dão porque já receberam. O mundo e a religião morta cumprem leis por medo e por interesse; Jesus e seus discípulos cumprem a Lei porque este é seu prazer, e sua alegria. É tempo de escolhermos de que lado estamos.

1 comentários:

Rafa Loures disse...

Muito bom Cesinha

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